Artesanato Em Cerâmica


O objetivo é repassar a tradição da arte manual que é a cerâmica como vasos, moringas e outras peças utilitárias da cozinha faziam parte do cotidiano dos moradores da comunidade São Gonçalo beira rio. Obras de artes que costumavam ser comercializadas no Porto de Cuiabá, saindo de canoa da comunidade ao outro ponto da cidade. Seus símbolos, como a viola de cocho e santos, além de personagens, como boiadeiros e pescadores, também foram reproduzidos no barro, retratando o dia a dia da comunidade. E, assim, tornou-se fonte de sobrevivência de muitas famílias que moram à beira do Rio Cuiabá.
Conteúdo Selecionado: História da Comunidade São Gonçalo Beira Rio; Influências Culturais – Ancestralidade da Cerâmica; Do barro a argila; Os tipos de peças; A magia do barro na palma da mão – Prática
Metodologia: A ceramista como aula teórica, utilizará da história da comunidade e sua história de vida, assim como o processo da argila e utilidades das peças. Após isso se dará início a prática, onde cada aluno confeccionará uma peça que ficará na comunidade para o processo de queima artesanal. Após a realização da queima a peça produzida será devolvida aos alunos para que possa expor no lugar desejado. Por conta da pandemia do novo Coronavírus, inicialmente as aulas se desenvolverão através de aulas virtuais síncronas por meio do aplicativo Zoom). O barro será disponibilizado semanalmente aos alunos, para que os mesmos possam fazer a aula prática em casa. Quando a disseminação do vírus estiver mais controlada e possibilitando maior segurança no contexto dos protocolos de prevenção a saúde, as aulas acontecerão de forma presencial no Quintal da Domingas – sede da Associação Cultural Flor Ribeirinha na comunidade São Gonçalo beira rio.
Duração: 06 meses.
Quantidade de alunos selecionados: 20.
Faixa etária: A partir dos 18 anos.
Data e horário: Sábados às 16 horas. As aulas acontecerão uma vez na semana.
Instrutora: Domingas Leonor da Silva. A cuiabana, Domingas Leonor é uma dessas pessoas empoderadas de saber popular. A vencedora do Prêmio Nacional Mestre da Cultura Popular em 2018 e Doutora Honóris Causa pela Universidade Federal de Mato Grosso, Dona Domingas trabalha junto com sua família na manutenção da história e tradição do bairro onde nasceu São Gonçalo Beira Rio. A cuiabana, que fundou há 26 anos o grupo Flor Ribeirinha, o primeiro e um dos mais conhecidos na capital mato-grossense, diz ter no sangue a tradição indígena da dança, do artesanato em cerâmica e da música. Filha da índia coxiponés, Joana Maria da Silva chamada entre os índios sua família de Joana Tauá, Domingas é uma das mães do siriri, como se autodefine.
Nascida na comunidade ribeirinha de São Gonçalo Beira Rio, região onde surgiu a cidade de Cuiabá, foi a primeira mulher de Mato Grosso a tocar o tamborí, viola de cocho e ganzá e ganhou fama por enfrentar de igual para igual cururueiros em roda.Tocado em festas e reuniões, a origem do nome siriri é em referência a formiga de asas que saem dos formigueiros com as chuvas e rodam ao encontro da luz até morrerem queimadas.Na dança, as meninas e mulheres mexem as longas e coloridas saias(com estampas florais) e batem os pés descalços no chão, um ritual que serve para tirar o mau espírito, que, segundo Dona Domingas, é mantido para não desapontar a tradição indígena; os homens e meninos acompanham a toada e os passos com palmas e pisadas fortes.Já o cururu - que é a música para dançar o siriri - tem sido também preservado ao longo dos últimos anos, muito por conta de Dona Domingas.Cantora, instrumentista regional artesã e moradora da tradicional comunidade de São Gonçalo, tem feito muito pela cultura com suas próprias mãos.

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