"Você está muito Parintins com esse cinto", diz com humor a turismóloga Ligiane Dauzacker para Dona Domingas,
apontando para o cinturão de penduricalhos indígenas que a fundadora do primeiro grupo de Siriri de Cuiabá carregava ao redor de seu corpo.
Ligiane se referia à tradição folclórica amazonense, que tem alguns elementos semelhantes ao Cururu e Siriri de Mato Grosso.
Dona Domingas caminhava em direção à porta da sala de imprensa, logo após ter dado uma entrevista para os jornalistas de São Paulo e do Rio,
levados pela primeira vez para assistir ao festival em Cuiabá.
Dona Domingas é Domingas Eleonor da Silva, uma das lendas vivas da dança popular mato-grossense.
"Eu sou uma das mães do Siriri", se autodefine a cuiabana de 53 anos, que há 47 ajuda a resgatar o folclore da região.
Nascida na comunidade ribeirinha de São Gonçalo Beira Rio, região onde surgiu a cidade de Cuiabá,
foi a primeira mulher de Mato Grosso a tocar o tamborim e ganhou fama por enfrentar de igual para igual cururueiros em roda.
A mulher que não deixou o siriri morrer